Interesse pelo mercado imobiliário dispara
Em quatro anos, o registro de fundos na Comissão de Valores Mobiliários pulou de R$ 3,4 bilhões para R$ 14 bilhões. Agora o interesse pelo investimento se estabiliza, em movimento semelhante ao do mercado de imóveis.
O mercado imobiliário não para de se oferecer como uma opção de investimento mais seguro e rentável, lastreado na firmeza do cimento e do tijolo. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registra altas expressivas de ofertas de Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) de mais de 300%. Em 2009, o volume ofertado em 34 operações somou R$ 3,4 bilhões e no ano passado chegou a R$ 14 bilhões, com 49 ofertas.
Somente neste ano, a CVM já contabilizou 17 ofertas, no valor total de R$ 4,6 bilhões e analisa outras 20 operações de R$ 3,3 bilhões. Mas apesar de o volume de aplicações crescer tão fortemente, a liquidez ainda se mostra tímida e o volume de negócios em banho maria no mercado de índices da Bolsa de Valores. Além disso, o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) da BM&F Bovespa, criado ano passado com uma carteira de carteira composta por cotas de fundos imobiliários negociados na Bolsa, que em 2012 valorizou 35%, agora está patinando. Desde o início do ano até o último dia de abril o IFIX já caiu 1,5% e somente em abril caiu 1,9%. Segundo analistas do mercado, os principais fatores que fizeram o mercado imobiliário disparar nos últimos anos foram a redução da taxa básica de juros, a melhoria das taxas de emprego, o aumento real da renda e a maior oferta de crédito imobiliário. Segundo o gestor da assessoria financeira Taler, Paulo Colaferro, o mercado imobiliário se mostrou como uma opção confortável e mais segura de investimento. Ele observa, no entanto, que os indicadores negativos de negociação dos fundos mostram um ajuste do mercado, que se verifica principalmente nos imóveis residenciais. A animação com o mercado, no entanto, não é verificada apenas no mercado de fundos. Segundo a ISEC Securitizadora, o aumento dos estoques de Certificados de Recebíveis Imobiliários , assim como o de demais produtos financeiros lastreados em imóveis, registram alta média de 25% nos últimos doze meses, segundo dados da CETIP. Neste segmento, as Letras de Crédito Imobiliário apresentaram crescimento de 28% no período, seguidas pelos Certificados de Recebíveis Imobiliários (25%) e pelas Cédulas de Crédito Imobiliário (22,2%). Esses três produtos costumam formar a carteira de Fundos de Investimento Imobiliário que vêm chamando a atenção, principalmente, de pessoas físicas avessas aos riscos da aplicação em Bolsa de Valores ou decepcionadas com o retorno de aplicações tradicionais como os Certificados de Depósito Bancário , que sofreram queda de 12,5%, informa a Cetip. Na avaliação de Nelson Campos, diretor da ISEC Securitizadora – que estrutura produtos financeiros lastreados em crédito imobiliário – o maior interesse por essa classe de ativos ocorre pela necessidade de diversificação dos investimentos. “Além disso, a rentabilidade de alguns títulos com lastro em recebíveis imobiliários é isenta do Imposto de Renda, na fonte e na declaração, para as pessoas físicas”, acrescenta.
Para pessoas físicas interessadas nesse produto, é importante checar algumas informações antes de aportar seu capital. Recomenda-se, por exemplo, verificar se a instituição financeira que oferece os ativos lastreados em imóveis é registrada na CVM e se tem como rotina alertar, de forma clara e didática, quais são as características do produto e os riscos envolvidos na operação. Todas as operações de securitização devem contar ainda com uma boa estrutura de garantias e instrumentos transparentes de transferência de ativos, para aumentar a segurança aos investidores. Para controlar o fluxo dos ativos negociados, as securitizadoras precisam manter excelente estrutura de controle de carteiras e de fluxo financeiro.
Fonte: Brasil Econômico
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