Raio-x da Economia do Brasil
O pior já passou! Desde dezembro de 2019, ouvimos as notícias sobre a desaceleração da economia mundial, frente a necessidade de criar medidas de distanciamento para conter a disseminação do vírus de COVID-19. Pouco mais de dois anos depois, qual é o cenário da economia brasileira?
Desde o início da pandemia de Covid-19, uma série de choques tem acometido a economia mundial, assim como o Brasil. A desorganização das cadeias globais de suprimento, o aumento do custo do frete marítimo, a crise energética, as geadas no Brasil e seu efeito colateral negativo sobre os preços de alimentos e a desvalorização cambial, foram apenas alguns dos principais fatores que influenciaram o extraordinário aumento da inflação em diversos países, assim como no Brasil. Antes da pandemia, em 2019, a inflação encerrou o ano em 4,31%, tendo avançado para 4,52% em 2020 e 10,06% em 2021.
Com o avanço da vacinação, a economia passou a ter condições de sair da dormência do lockdown, fato que ajudou na recuperação do setor de comércio e serviços e do nível de emprego e renda. A inflação medida pelo IPCA, que chegou a atingir 10,74% em novembro de 2021, dá sinais de que daqui para frente haverá acomodação, ainda que de forma lenta e gradual. Parte dos choques que deslocaram a inflação para cima no ano passado, ainda que estejam presentes como a desorganização as cadeias globais e o custo de frete, tem se acomodado. Na construção civil, a inflação também acelerou de 4,2% em 2019 para 8,8/17,7% em 2020/21 e, na margem, os dados apontam para o início do movimento de gradual desaceleração.
Entenda as siglas:
- INCC = Incide Nacional da Construção Civil
- IGP = Indice Geral de Precos
- IPCA= Indice de inflacao oficial do Brasil
Foram muitos fatores detrás da elevação da inflação, tanto no atacado quanto no varejo, com destaque para as commodities. O minério de ferro e o preço do barril de petróleo são destaques, tendo contribuído para o avanço tanto da inflação de combustíveis (gasolina e diesel) quanto à de vergalhões e arames de aço, tubos e conexões de ferro e aço, dentre outros itens importantes para a indústria de construção. Apesar do passado recente inflacionário, esses itens têm apresentado recuo importante na margem, tendo registrado queda de 2,73% e 1,79%, respectivamente para vergalhões e tubos e conexões em dezembro/21.
O cenário de desaceleração da inflação continuará nos próximos meses e devem dar alívio gradual para o setor, sendo o futuro da política econômica (e as eleições deste ano) o principal motor do setor no médio prazo, tanto por seu efeito sobre a taxa de juros como para a perspectiva de emprego e renda.
Gabriel Leal de Barros
Economista, Mestre em Economia e Finanças pela EPGE/FGV
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