A jornada híbrida e suas consequências
A jornada híbrida gerou a dúvida que tem intrigado empregados e o empresariado nacional e internacional: o que acontecerá, depois de passada a crise do Corona vírus, como consequência do trabalho remoto.
De fato, o isolamento social decretado em todo o Brasil, em 14 de março de 2020.
Logo em seguida da declaração do estado de pandemia pela OMS, provocou a retirada total dos empregados do local de trabalho e a consequente paralisação da economia.
A nova realidade, entretanto, logo daria lugar a um novo formato de trabalho: o home office.
Nossos políticos e empresários logo perceberam que, além de impossível, pelo desabastecimento que provocaria nos grandes centros urbanos, a paralisação total da economia representaria a falência do país.
Algo precisava ser feito. Setores da economia considerados essenciais, como transporte, abastecimento, alimentação e indústria (inclusive a imobiliária) teriam de continuar funcionando.
Mas como fazê-lo sem que funcionassem as atividades administrativas de apoio e controle? Os escritórios precisavam voltar a funcionar.
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Porém o risco de contração do vírus continuava imanente. O distanciamento social era imperativo.
A solução seria fazer com que parte dos empregados trabalhassem em casa.
Mas no país do “jeitinho”, baseados no brocardo popular de que “o olho do dono é que engorda o boi”, poucos empresários acreditavam na efetividade do trabalho remoto, longe dos olhos do chefe.
Todavia, sem alternativas, tiveram de aceitá-lo. A experiência mostrou-se surpreendente.
A produtividade do home office, em muitos casos, era bem maior que a do trabalho presencial.
O trabalho remoto tem o condão de oferecer maior liberdade.
Os trabalhadores podem organizar suas próprias rotinas e satisfazer melhor suas necessidades pessoais.
Há pessoas que fumam, mas não podem fazê-lo no escritório coletivo. Outras têm o hábito de demorar na toalete.
Há ainda quem goste de trabalhar ao som de música, o que pode atrapalhar quem não goste.
Enfim, o trabalho em casa permite a personalização do modus vivendi durante o expediente.
Isso, ao contrário de prejudicar, pode aumentar muito a produtividade.
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O home office, entretanto, não é para todos e a jornada híbrida não é bem desempenhada.
Estudos no Brasil afirmam que apenas cerca de 23% dos nossos trabalhadores, em média, podem realizar satisfatoriamente o trabalho a distância.
Esse percentual é maior nas regiões leste, sul e sudeste, e menor nas regiões norte e nordeste.
Depende das características de cada atividade, bem como do grau de avanço no uso da tecnologia, na região e na empresa.
Considerando o percentual potencial para o trabalho em casa, não há como ignorar a importância dos escritórios presenciais.
Eles ainda mantêm o condão de promover colaboração, inovação e criatividade, assim como de atrair e reter talentos.
Por outro lado, a atividade remota veio para ficar, ainda que em percentual limitado.
Hoje, inclusive, já se tem muito claro sua dinâmica híbrida.
A boa produtividade exige uma mescla de trabalho remoto com presencial, a fim de promover a interação dos empregados.
A boa notícia é que os escritórios físicos continuarão sendo alugados ou comercializados, para o bem da economia e do mercado imobiliário.
João Teodoro da Silva
Presidente – Sistema Cofeci-Creci – 24/JAN/2021
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